Cineclube do Porto

 

cinema na casa das artes – junho

1 junho – 18h00  [GOLPE DE MESTRE]

A INFÂNCIA NUA de Maurice Pialat (1968 | FR | FIC | 83’ | M/12)

François, um menino de dez anos, foi entregue a um orfanato pela sua mãe – que não está disposta a abdicar da custódia permanente. O seu comportamento destrutivo precipita a sua mudança da casa de uma família adoptiva de longo prazo para os cuidados de um benevolente casal idoso. Um comovente filme sobre a infância, a primeira longa-metragem de Maurice Pialat assina o manifesto do seu cinema exigindo um “descobrimento” da realidade.

6 junho – 21h30 [GOLPE DE MESTRE]

O SOLDADO DAS SOMBRAS de Jean-Luc Godard (1960. FR. FIC. 88’)

O repórter fotográfico Bruno Forestier, desertor durante a guerra da Argélia, está em Genebra e trabalha numa organização clandestina de extrema-direita, que lhe impõe a missão de assassinar um jornalista pró-argelino para provar que não é um agente duplo… Uma história de amor entre facções opostas, mas que é sobretudo uma declaração do cineasta contra os horrores da tortura e do esvaziamento moral de quem a pratica.

8 junho -18h00 (A TEMPO E HORAS)

CÉU EM CHAMAS de Christian Petzold (ALEMANHA |2023 | FIC | 102’ | M/12)

O ambiente aquece, literal e figurativamente, na natureza e entre os seres humanos, na realidade que partilhamos e também no último filme de Christian Petzold, segundo tomo numa série de obras inspirada nos quatro elementos, começada em 2020 com o aquático Undine. É a vez do fogo, neste drama emocionalmente escaldante em que quatro jovens se vêem aprisionados pelas chamas florestais numa casa de férias no Mar Báltico. A temperatura eleva-se entre eles, catalisando amor e desejo, rancor e ciúme, numa combustão que ameaça consumir as suas almas sôfregas de algum tipo de libertação.

/QUARTAS DE CINEMA/

12 junho – 21h30 (A TEMPO E HORAS)

RETRATOS FANTASMAS de Kleber Mendonça Filho (2023 | BR | DOC | 93’ | M/12)

RETRATOS FANTASMAS é o novo filme de Kléber Mendonça Filho (“Bacurau”, “Aquarius” e “Som ao Redor”) Fruto de sete anos de trabalho e pesquisa, filmagens e montagem, RETRATOS FANTASMAS traz o espaço histórico e humano como o personagem principal, revisitando-o através dos grandes cinemas que serviram como espaços de convívio durante o século XX.

13 junho – 21h30 (A TEMPO E HORAS)

NO TÁXI DE JACK de Susana Nobre (2021 |  PT | FIC | 70’ | M/12)

Com 63 anos, e quase a refomar-se, Joaquim vê-se a ter de cumprir as regras do centro de emprego para poder usufruir do subsídio de desemprego. Apesar de saber que não voltará mais à vida activa, Joaquim tem de andar de empresa em empresa a pedir carimbos a atestar que ali esteve à procura de trabalho. Nestas viagens rememora a sua vida de emigrante na América onde trabalhou como taxista, em Nova Iorque, e assistiu às diversas quedas da bolsa de Wall Street.

15 junho – 18h00 (A TEMPO E HORAS)

ANATOMIA DE UMA QUEDA de Justine Triet ( 2023 | FR | FIC | 151’ | M/12)

Um casal de escritores, Sandra e Samuel, e o seu filho de onze anos, Daniel, vivem isolados na montanha. Um dia, Samuel é encontrado morto, aparentando ter caído de uma janela. Imediatamente, surgem dúvidas relativamente à verossimilidade de se tratar de um caso de suicídio e a possibilidade de homicídio é colocada em cima da mesa. As suspeitas recaem sobre Sandra, que é chamada a tribunal, onde a relação do casal é avidamente dissecada.

20 junho – 21h30 [GOLPE DE MESTRE]

UM CASAL de Frederick Wiseman (2022 | FR/EUA | FIC | 63’ | M/12)

O filme acompanha uma relação duradoura entre um homem e uma mulher. O homem é Leo Tolstoy. A mulher é a sua esposa, Sophia.

 22 junho – 18h00 (A TEMPO E HORAS)

O RAPAZ E O MONSTRO de Mamoru Hosoda (2015 | JAPÃO | ANI | 118’ | M/12)

Um conto de fantasia recheado de ação, sobre a amizade entre Kyuta, um rapaz só e infeliz que vive no mundo dos humanos (em Shibuya), e Kumatetsu, uma criatura solitária que vive em Jutengai, o mundo imaginário. A relação, por vezes tempestuosa mas sempre divertida, entre o monstro e o seu jovem aprendiz, vai ficando cada vez mais forte. Ao superarem a solidão, acabam por perceber o quanto precisam um do outro.

Um feliz encontro que será o início de uma aventura que vai muito para além da nossa imaginação…

/QUARTAS DE CINEMA/

26 junho- 21h30 (A TEMPO E HORAS)

ONDE FICA ESTA RUA? OU SEM ANTES NEM DEPOIS de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata (2022 | PT | DOC | 88’ | M/12)

Da nossa janela vê-se um décor do filme Os Verdes Anos, realizado por Paulo Rocha em 1963. Este foi o nosso ponto de partida: guiados pelo olhar de Rocha, voltamos a olhar para os lugares desse filme. Os sucessivos estratos geológicos, urbanísticos e sociais de Lisboa, sitiada pela pandemia que interrompeu as filmagens, desenham-se em frente à nossa câmara, como um improviso de jazz contemporâneo a partir de uma partitura escrita em 1963.

27 junho- 21h30  (A TEMPO E HORAS)

 PEQUENAS CARTAS MALVADAS de Thea Sharrock (2023 | Reino Unido | FIC | 102| M/12)

Na década de 1920, uma cidade costeira inglesa testemunha um escândalo sombrio e absurdo. Baseado numa história verídica, “Pequenas Cartas Maldosas” acompanha duas vizinhas: a profundamente conservadora habitante local Edith Swan e a turbulenta migrante irlandesa Rose Gooding. Quando Edith e os outros habitantes começam a receber cartas perversas cheias de profanidades involuntariamente hilariantes, a grosseira Rose é acusada do crime. As cartas anónimas causam alvoroço a nível nacional e segue-se um julgamento. No entanto, quando as mulheres da cidade – lideradas pela agente da Polícia Gladys Moss – começam a investigar o crime por conta própria, suspeitam que algo não bate certo e afinal Rose pode não ser a culpada.

29 junho – 18h00  (A TEMPO E HORAS)

QUERIDA LÉA de Jerôme Bell (2021 | FR | FIC | 90’ | M/14)

Jonas, um parisiense quarentão, está ainda perdidamente apaixonado pela sua ex-namorada Léa. Quando bate na porta dela para confessar os seus sentimentos e ela o rejeita, ele acaba no café no andar abaixo. A inspiração surge e Jonas senta-se para escrever uma longa carta de amor para Léa, esquecendo-se de tudo que deveria fazer naquele dia. O que começa como uma última tentativa de a recuperar transforma-se surpreendentemente numa vívida reflexão sobre o estado da sua vida.
Ao longo de um dia, ajudado por um pândego barman e uma série de clientes da vizinhança, Jonas terá que enfrentar os seus relacionamentos passados, o seu futuro incerto e, acima de tudo, a si mesmo.